quarta-feira, novembro 08, 2006

Salve-se quem puder!



Esta é a frase que melhor descreve o trânsito nesta cidade.

São milhares (talvez milhões!?) os veículos que circulam por dia em Luanda.

A cidade não tem condições, senão vejamos:
- estradas ainda são do tempo do Salazar;
- ruas estão todas esburacadas, e quando chove nunca se sabe se é uma poça ou um buraco com 50 cm de profundidade que está à nossa frente;
- buracos de esgoto sem tampa;
- muitos semáforos estão avariados ou mal afinados;
- sinalização é altamente deficiente, sendo que muitos sinais foram roubados;
- não existe estacionamento adequado, e os parques subterrâneos contam-se pelos dedos da mão de um maneta;
- obras em todo o lado (muitas delas com vista a melhorar o trânsito) mas que condicionam muito a circulação;
- pavimento sujo, propício a acidentes, especialmente quando chove.

Depois há uma série de outros factores, tais como:
- Abastecimento de combustível - Devido à falta de combustível os carros fazem filas que podem atingir 500m.
- Acidentes - Muitos acidentes, desde pequenos toques até à sucata total, sendo que aqui as pessoas param o carro para verem melhor o resultado do acidente.
- Peões - Atravessam em qualquer lugar sem se preocuparem muito com o estado dos travões do veículo que se aproxima a menos de 30 metros.
- Candongueiros - Normalmente é uma carrinha Toyota Hiace, azul e branca, guiada por um cego. Há aos milhares e são o táxi dos pobres, uma vez que os transportes públicos são praticamente inexistentes. São o cancro do trânsito. Mais tarde dedicarei um post aos candongueiros.
- Transporte de contentores e mercadorias - A qualquer hora do dia circulam camiões com dimensões absurdas, que vão largando a carga (sacos de cimento, sacos de arroz, frango congelado, ou até mesmo um contentor), e muitos deles não aguentam subidas acentuadas.
- Polícia de trânsito - Só complicam, fecham os olhos a infracções inacreditáveis e chateiam a malta só para receberem a gasosa.
- Passagem de peões - Inexistentes, e quando há uma ninguém pára.
- Estado veículos - Muitos veículos em condições deploráveis, muitos são importados de países onde já não os deixam circular.

Algures entre o agressivo (vide qualquer entrada do Materazzi) e o kamikaze, é assim que se define o estilo de condução de 99% dos condutores. Não há civismo absolutamente nenhum, numa rua com uma faixa de rodagem chegam a haver 3 faixas de circulação, não se respeitam prioridades (o maior veículo tem prioridade, daí o elevadíssimo n.º de jipes e todo-terreno), manobras inacreditáveis a qualquer altura, sinais de mudança de direcção inexistentes, e os espelhos (quando existem) servem apenas para ornamentação.

Por isso já sabem, quando vierem a Luanda preparem-se para umas horas bem passadas no trânsito.

2 Comments:

At 11/09/2006 11:09:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

o nome "blog"...so por si ja é jovem!!!completamente bue....Fixe...baril....
como tal terás de adequear teu vocabulario a uma coisa jovem...maluKa (com K claro)...ao estilo da serie "riscos" ou a actual remodernizaçao chamada "morangos c açucar"....e nao esse erudito e descritivo, porem adoravel e digno do professor Marcelo, RIDICULO vocabulario com q minuciosamente e aprumadamente descreves a tua diaria deambulaçao.....
Sp a criticar.....enfim...adoro-te...

sObxcrevu-me atencyoxamente...mulatinha

 
At 7/24/2007 05:21:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Quem conduz em Angola, sabe conduzir em qualquer parte do mundo.

 

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