quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Relax



Só há uma maneira de não sucumbir ao stress causado pelo trânsito caótico de Luanda: bancos Relax.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Potássio



Aqui há tudo: banana, abacaxi, manga, papaia, maracujá, mamão, côco. É só escolher! Daqui a uns anos vamos comer muita fruta da terra do tio Zé Eduardo.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Os putos



Em frente ao hotel onde nos encontrávamos hospedados estavam sempre uns 5 ou 6 miúdos, cujas idades se situavam entre os 10 e os 12 anos, e que faziam da praça a sua casa. Dormiam entre os carros estacionados, e sobreviviam graças às gasosas provenientes do estacionamento dos carros, e da comida e bebida que os frequentadores e hóspedes do hotel lhes davam. Eram todos miúdos de rua, uns abandonados pelos pais, outros orfãos. Sempre que alguém lhes dava comida tinham que estar sempre em alerta pois os mais velhos roubavam-lhes o mata-bicho. Apesar das dificuldades em que viviam estavam sempre com um sorriso na cara e contagiavam as pessoas com a sua alegria, pelo menos era esse o meu caso.

Na brincadeira perguntei-lhes de que clube é que eram e eles não responderam nada. Ficou logo assente que eram do glorioso Sport Lisboa e Benfica, o que foi prontamente aceite por todos. Dei-lhes uns trocos e fiz-me à vida. No dia seguinte saímos para jantar e perguntei-lhes, à frente de todos nós, qual era o clube deles, e a resposta em uníssono foi um magnifico grito: Benfica!

Um dia decidimos ir correr junto à baía. Assim que começamos um deles acercou-se de nós e sem dizer uma palavra começou a correr ao nosso lado. Estava descalço! Estava descalço, a correr no passeio, mas ia ao nosso ritmo. A planta do pé do Zé Kalanga (nome com o qual o apelidámos) parecia o pé do anúncio da Pirelli. Fizemos uns 4 ou 5 km e ele nunca ficou para trás, e no final ao ver-me fazer uns alongamentos prontificou-se logo a fazer os dele. Nessa noite quando saimos para jantar dei-lhe uns dólares e disse-lhe que era o prémio por ter ido correr connosco. Os outros olharam espantados e prometeram também ir correr no dia seguinte. Tal como prometido, no dia seguinte lá estavam para a corrida. Nós e mais 5 putos de rua a correr pelo passeio marítimo, parecia um arrastão. Um deles estava coxo e tivemos que o convencer a desistir dizendo-lhe que também lhe dávamos uma gasosa mesmo que ele não fosse connosco.

Durante o mês de Novembro foi criada uma “praia artificial” na baía de Luanda, cujo objectivo, dizem, é servir de estaleiro para as obras que aí se irão realizar durante os próximos 4 anos. A areia que durante um par de semanas foi dragada do meio da baía foi sendo depositada ao longo passeio, mesmo em frente à praça. E assim a miúdagem ficou com uma praia mesmo em frente a casa. A praia dos putos é só deles, porque só eles são imunes a todas as doenças e poluição que contaminam as águas da baía de Luanda.

Estes putos são os maiores! E são do Benfica!!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Olha o kunami!!



O poste de iluminação segue o cheiro.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A lei é para cumprir

domingo, fevereiro 11, 2007

Táxi!!




O Candongueiro é o meio de transporte do povo. Também conhecido por taxi, é através dele que a maior parte da população se desloca.

Cerca de 99% dos candogueiros são toyotas hiace, na sua maioria veículos (muito) usados em diversos países europeus, sendo muito comum ver inscrições em finlandês, holandês, alemão, francês, etc.

Como táxis que são têm uma cor que os distingue dos demais veículos. Neste caso são 2 cores, o azul na parte de baixo e o branco na parte de cima.

Fazem percursos fixos, pelos quais os clientes pagam 50 kwanzas. No caso de percursos mais longos ou durante o período nocturno este preço duplica ou triplica. Em dias de chuva estes preços atingem valores exorbitantes. A lotação destes veículos está limitada a 11 pessoas (incluindo a tripulação), mas na realidade depende do tamanho dos passageiros, isto é, se couberem 15 vão 15, se couberem 20 vão 20.

A tripulação do candongueiro é constituída por 2 elementos kamikaze: o motorista e o cobrador. O motorista, cujo objectivo consiste em transportar o maior n.º de passageiros no menor tempo possível, mesmo que para isso tenha de infringir um sem n.º de leis rodoviárias. O cobrador cobra o dinheiro aos passageiros, e informa (aos gritos) os clientes qual o destino do táxi.

Depois há um sem número de elementos que distinguem os candongueiros uns dos outros, tais como ailerons traseiros, extintores portáteis no exterior, jantes especiais, autocolantes do Che Guevara, etc. Muitos deles recorrem a inscrições em vinil na traseira e/ou lateral para se destacarem dos outros, daí que surjam pérolas como as que se seguem:

- Bom Jove,
- A lei do + rápido
- Nuno Gomes,
- Blutuf
- Sensual
- Bébé da mutamba,
- Nasci pra ela
- Foguinho
- Baixa da mutamba
- Já andei
- Os dyllers
- Euclides
- Tamalaik
- Sneik
- Cueka
- Brucho
- Diogo popozudo
- Com deus tudo é possível
- Nike
- Adidas
- Puma
- Tanta inveja
- Figura publica
- Gilson
- Da converse
- Santolas
- Prata
- Deus é bom
- Sigano vip
- Romantico
- Traidor
- Dodó
- Relavado
- Bom relacho
- Carro pra jovem
- Kalina
- Ui
- Nossa familia
- Soberano
- Cabeludo e feio
- Leona
- Asar do dog
- São vocês
- Ali baba
- Sakana
- O verdadeiro Tommy


Nota: os erros ortográficos acima identificados são da responsabilidade dos candongueiros.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Boutique