quinta-feira, novembro 23, 2006

Vamos às compras



Esta é apenas uma amostra do que podemos encontrar num mercado em Luanda. O mercado da foto situa-se na zona do Golfe II.

Aqui vende-se tudo: peixe, carne, aves vivas, fruta, legumes, farinhas, óleos, bebidas, artigos de higiene, artigos de limpeza, bolas futebol, pilhas, lâmpadas, etc.

O que chama mais a atenção são as bancas com o peixe e a carne. Tudo muito higiénico.

Aqui não se morre por falta de comida, mas sim por culpa daquilo que se come.

quarta-feira, novembro 22, 2006

O salto


Na zona da praia do bispo, junto à contrução de mais uma futura estrada, os miúdos brincam em cima dos montes de terra.

Na foto, um desses miúdos ensaia aquilo que parece um simples salto, mas que segundos depois se transformou num perfeito salto mortal de costas.

quarta-feira, novembro 15, 2006

A bola



Num país em que a grande maioria da população vive em condições miseráveis, o futebol é uma das poucas coisas que faz esquecer a dificuldade do dia-a-dia.

Aquele que é considerado o desporto rei é rei em Angola.

Por toda a parte vemos camisolas do Benfica, foculporto, ceportem, Barcelona, Chelsea, Manchester United, Arsenal, Milan, etc. O campeonato angolano não desperta grandes paixões, ao contrário da selecção nacional de Angola que está presente em todo lado, muito por culpa da sua presença no último mundial.

Jovens e crianças jogam em qualquer lugar, na sua maioria descalços ou com chinelos, e a inexistência de uma bola é facilmente ultrapassada com recurso a uma lata ou garrafa de plástico. As balizas como sempre são improvisadas com pedras ou outros objectos que estejam à mão. O que nunca falta é a camisola de um qualquer clube europeu.

E é assim que muitos sonham ser o próximo Zé Kalanga.

Na foto podemos ver uma reedição do confronto Benfica-Barcelona, na catedral da Corimba.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Chaos A.D.

Última morada



Na praia de Santiago, a norte de Luanda, encontra-se um autêntico cemitério de barcos.

Ao longo de vários km de costa encontram-se a repousar mais de duas dezenas de embarcações.

Há duas versões para este fenómeno. A primeira conta que os barcos traziam armas durante o tempo da guerra e com o final desta por aqui ficaram. A segunda versão é que os barcos quando chegavam ao final da sua vida eram conduzidos até esta praia onde passariam os seus últimos dias.

Praia de Santiago. Água quente, areal até perder de vista, pouca gente, e barcos. Muitos barcos.

domingo, novembro 12, 2006

O maior do Mundo



SPORT LISBOA E BENFICA

Chapa 5


Crianças em cima de um monte de lixo. Algures em Luanda.


Tempestade no mar. Algures junto à costa de Luanda.


Miradouro da lua. 100km a sul de Luanda.


Praia de Cacuaco. 20km a norte de Luanda.


Fim de tarde. Baía de Luanda.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Salve-se quem puder!



Esta é a frase que melhor descreve o trânsito nesta cidade.

São milhares (talvez milhões!?) os veículos que circulam por dia em Luanda.

A cidade não tem condições, senão vejamos:
- estradas ainda são do tempo do Salazar;
- ruas estão todas esburacadas, e quando chove nunca se sabe se é uma poça ou um buraco com 50 cm de profundidade que está à nossa frente;
- buracos de esgoto sem tampa;
- muitos semáforos estão avariados ou mal afinados;
- sinalização é altamente deficiente, sendo que muitos sinais foram roubados;
- não existe estacionamento adequado, e os parques subterrâneos contam-se pelos dedos da mão de um maneta;
- obras em todo o lado (muitas delas com vista a melhorar o trânsito) mas que condicionam muito a circulação;
- pavimento sujo, propício a acidentes, especialmente quando chove.

Depois há uma série de outros factores, tais como:
- Abastecimento de combustível - Devido à falta de combustível os carros fazem filas que podem atingir 500m.
- Acidentes - Muitos acidentes, desde pequenos toques até à sucata total, sendo que aqui as pessoas param o carro para verem melhor o resultado do acidente.
- Peões - Atravessam em qualquer lugar sem se preocuparem muito com o estado dos travões do veículo que se aproxima a menos de 30 metros.
- Candongueiros - Normalmente é uma carrinha Toyota Hiace, azul e branca, guiada por um cego. Há aos milhares e são o táxi dos pobres, uma vez que os transportes públicos são praticamente inexistentes. São o cancro do trânsito. Mais tarde dedicarei um post aos candongueiros.
- Transporte de contentores e mercadorias - A qualquer hora do dia circulam camiões com dimensões absurdas, que vão largando a carga (sacos de cimento, sacos de arroz, frango congelado, ou até mesmo um contentor), e muitos deles não aguentam subidas acentuadas.
- Polícia de trânsito - Só complicam, fecham os olhos a infracções inacreditáveis e chateiam a malta só para receberem a gasosa.
- Passagem de peões - Inexistentes, e quando há uma ninguém pára.
- Estado veículos - Muitos veículos em condições deploráveis, muitos são importados de países onde já não os deixam circular.

Algures entre o agressivo (vide qualquer entrada do Materazzi) e o kamikaze, é assim que se define o estilo de condução de 99% dos condutores. Não há civismo absolutamente nenhum, numa rua com uma faixa de rodagem chegam a haver 3 faixas de circulação, não se respeitam prioridades (o maior veículo tem prioridade, daí o elevadíssimo n.º de jipes e todo-terreno), manobras inacreditáveis a qualquer altura, sinais de mudança de direcção inexistentes, e os espelhos (quando existem) servem apenas para ornamentação.

Por isso já sabem, quando vierem a Luanda preparem-se para umas horas bem passadas no trânsito.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Que beleza



Salões de beleza!

Há centenas e centenas de salões de beleza espalhados por essa Luanda fora.

Salões para todos os gostos, e para todos os bolsos. Desde o salão da esposa do presidente até ao salão que podem ver na foto.

É claro que o mais conhecido deles todos é o do mestre Patrick, o grande salão Entra Feio Sai Bonito.

Optei por colocar a foto do Salão de Beleza Taison, que se situa algures entre o Gamek e o Golfe, por diversos motivos:
- qualidade da construção;
- magnífica e sumptuosa fachada;
- pinturas como manda a tradição angolana;
- ventilação natural;
- confortáveis poltronas de plástico branco;
- total privacidade;
- aberto ao público mesmo quando chove;
- óptima localização, mesmo junto à estrada;
- preço muito acessível.

De salientar ainda que este salão foi alvo de um acto de vandalismo como podem constatar na foto, com a adulteração do naming do salão com o nome Taison a ser substituído por Tyson, em homenagem ao grande (e também ele belíssimo) Mike Tyson.

Digam lá se não vos apetece cortar o cabelo (ou permanente), arranjar as unhas dos pés (ou das mãos), e/ou aparar a barba (ou o buço), num estabelecimento comercial desta categoria.

Com salões destes a beleza está garantida.